quinta-feira, 5 de julho de 2012

Eu queria salvar o mundo


Quando estava montando o projeto do mestrado para a disciplina que faço como aluno especial, Metodologia da Pesquisa em Ciência da Informação, pensei realmente que iria modificar o mundo. Só que na primeira aula da professora doutora Sofia Galvão Baptista ela pronunciou a seguinte frase em cima de meu comentário: “Você não vai salvar o mundo com a filosofia arquivística”.
Claro que esse comentário me desestruturou!
Porém fiquei muito intrigado, pois para que faria uma pesquisa se ela não tivesse um retorno à sociedade? Fiquei lembrando minhas conversas com Ana Lucia de Abreu, minha orientadora de iniciação científica, que sempre me falou: “a sociedade tem que conhecer nossa pesquisa, pois ela precisa conhecer o arquivo como um espaço que pode servir a educação!”
Depois de muita ruminação, realmente não vou mudar o mundo com minha pesquisa, porém a sociedade, penso eu, é quem decidirá a relevância da minha pesquisa. Quantas pesquisas são de extrema importância para o pensamento contemporâneo e não são visualizados no devido momento.
Só para ilustrar melhor meu pensamento. Assistindo um documentário sobre Filosofia Francesa, o apresentador e filósofo argentino José Pablo Feinmann falava sobre a importância dos pensamentos de Michel Foucault para o século XX, porém, como é descrito no programa, de início as ideias do filósofo francês não foram bem recebidas, por que a sociedade queria ouvir outros pensamentos, pois em seu livro “As palavras e as coisas” (1966) Foucault apresenta a ideia de que “o sujeito estava morto”.
A sociedade francesa não recepcionou esse dito, por que eles queriam um discurso que os empolgasse a lutar pelos seus direitos no famoso maio de 1968 e esse discurso não levaria ninguém à luta, por isso a sociedade adere aos pensamentos do existencialista francês Jean Paul Sartre, que acreditava em um sujeito dono de si e de sua existência.
Porém com a queda da URSS e do Comunismo pelo mundo, a sociedade necessitava de uma explicação para os sistemas de poder, pois o marxismo se mostrou inoperante mediante a realidade do momento, então voltaram-se aos pensamentos de Foucault para o entendimento do que estava acontecendo.
O que quero explicar com isso, é que muitas vezes discursos ficam submersos em meio a diversas situações sociais, porém esses mesmos pronunciamentos podem ser reaproveitados devido a necessidades da sociedade que sempre está em transição e transformação. Sendo que é a sociedade que irá fazer julgamentos da importância  de tal pesquisa.
Por isso, não mudarei o mundo, mas a sociedade em seus julgamentos de valor é que irá ditar a relevância da minha pesquisa ao mundo!
Até a próxima Galera!

Resposta a extinção da profissão Arquivologista




No dia 02 de julho de 2012 o site Yahoo.com por meio da sua página eschola.com publicou um ranking das profissões que serão extintas até o ano de 2020 devido ao avanço tecnológico. Tentei diversas vezes publicar uma resposta a devida matéria, porém não consegui, por isso fica aqui a resposta que eu deixaria ao site!
Infelizmente é chato perceber que além de não saberem escrever o nome dos profissionais de uma área tão importante para a sociedade moderna, pois foi a partir dos documentos que a sociedade chegou a ser o que é hoje. Estou descrevendo os arquivistas (escrito de forma errada neste artigo como arquivologistas).
A Arquivologia ciência relativamente nova (se comparada com outros campos do conhecimento), porém com uma práxis muito antiga que remonta a era das grandes bibliotecas dos povos antigos como a famosa Biblioteca de Alexandria e o archeon romano, lembrado por grandes filósofos do século XX, como Michel Foucault e Derrida.
Concluindo, por mais que o desenvolvimento tecnológico leve-nos a considerar que a informática seja a solução para a organização de documentos digitais ou eletrônicos, veremos que essa premissa não é verdadeira, pelo simples fato de que a própria história tem mostrado várias iniciativas frustradas, pois muitos documentos foram perdidos dentro de base de dados (ou repositórios digitais como se divulga hoje em dia), revelando que software sem uma metodologia de organização documental não se revela muito eficiente!
Então se matarem uma profissão tão importante para recuperação da memória institucional, social ou coletiva (como queiram) estarão matando a memória da nossa civilização.
Por esse motivo não creio na extinção da profissão Arquivista!