segunda-feira, 25 de junho de 2012

Da caverna para a luz ou da luz para a caverna



Há alguns dias atrás comprei um livro intitulado “Justiça: o que é fazer a coisa certa” de Michel Sandel (2012), e ontem comecei a lê-lo. Confesso que foi uma das melhores experiências que tive no que toca a flexão do que é justo ou não e quais as relações entre bem estar social e liberdade, enfim, foi ótimo.
Porém não quero falar de justiça, pois o tema deste blog não é esse, pretendo comentar sobre método e como se deve ser justo quanto a sua utilização. No final do primeiro capitulo Sandel disserta sobre a relação do filósofo e da Filosofia para com a sociedade e um questionamento feito (ou que pela minha subjetividade foi feita) era sobre: – qual é a relação desse campo de conhecimento para com a sociedade?
Esse questionamento para a metodologia, ao meu ver, é de uma singular importância, pois me remete muito às minhas leituras sobre o Existencialismo, pois, para que vou pesquisar algo que não toca a sociedade ou o social (sendo desse modo o homem ser da razão)? Será que nós podemos descartar a importância social de uma pesquisa? Será que não há uma população que deseja conhecer a pesquisa e contribuir para a sua elaboração?
Tomanik (2004) ao discutir metodologia científica nos traz questionamentos interessantes, para ele o equivoco de se pensar em uma ciência neutra e capaz de transportar uma realidade independente do homem acaba por conflitar com uma sociedade de significações e interpretações, sendo essas, ditadas por seres sociais.
A partir desse pensamento de que seres sociais irão interpretar a realidade (sendo o pesquisador também parte desses seres), chega-se, então, a importância da sociedade para a pesquisa, pois por muito o ser cientista se sente como o ser que saiu da caverna e encontrou a luz e dessa forma o mundo fora da caverna, porém ele se esquece de que nada disso fará sentido para os seres que acham que o real está nas sombras.
Podemos, então, concluir juntamente com Sandel que de nada adianta a discussão de um conhecimento se não tivermos “contatos com as sombras na parede”, pois uma discussão longe dessa realidade só produzirá uma “utopia estéril”.


Abraços a todos amigos de pesquisa que ler este post e até a próxima!

Nenhum comentário:

Postar um comentário