Quando
estava montando o projeto do mestrado para a disciplina que faço como aluno
especial, Metodologia da Pesquisa em
Ciência da Informação, pensei realmente que iria modificar o mundo. Só que
na primeira aula da professora doutora Sofia Galvão Baptista ela pronunciou a
seguinte frase em cima de meu comentário: “Você
não vai salvar o mundo com a filosofia arquivística”.
Claro que
esse comentário me desestruturou!
Porém
fiquei muito intrigado, pois para que faria uma pesquisa se ela não tivesse um
retorno à sociedade? Fiquei lembrando minhas conversas com Ana Lucia de Abreu, minha
orientadora de iniciação científica, que sempre me falou: “a sociedade tem que
conhecer nossa pesquisa, pois ela precisa conhecer o arquivo como um espaço que
pode servir a educação!”
Depois de
muita ruminação, realmente não vou mudar o mundo com minha pesquisa, porém a
sociedade, penso eu, é quem decidirá a relevância da minha pesquisa. Quantas
pesquisas são de extrema importância para o pensamento contemporâneo e não são
visualizados no devido momento.
Só para
ilustrar melhor meu pensamento. Assistindo um documentário sobre Filosofia
Francesa, o apresentador e filósofo argentino José Pablo Feinmann falava sobre
a importância dos pensamentos de Michel Foucault para o século XX, porém, como
é descrito no programa, de início as ideias do filósofo francês não foram bem recebidas,
por que a sociedade queria ouvir outros pensamentos, pois em seu livro
“As palavras e as coisas” (1966) Foucault
apresenta a ideia de que “o sujeito
estava morto”.
A sociedade
francesa não recepcionou esse dito, por que eles queriam um discurso que os empolgasse
a lutar pelos seus direitos no famoso maio de 1968 e esse discurso não levaria
ninguém à luta, por isso a sociedade adere aos pensamentos do existencialista
francês Jean Paul Sartre, que acreditava em um sujeito dono de si e de sua existência.
Porém com a
queda da URSS e do Comunismo pelo mundo, a sociedade necessitava de uma
explicação para os sistemas de poder, pois o marxismo se mostrou inoperante
mediante a realidade do momento, então voltaram-se aos pensamentos de Foucault
para o entendimento do que estava acontecendo.
O que quero
explicar com isso, é que muitas vezes discursos ficam submersos em meio a diversas
situações sociais, porém esses mesmos pronunciamentos podem ser reaproveitados
devido a necessidades da sociedade que sempre está em transição e
transformação. Sendo que é a sociedade que irá fazer julgamentos da importância
de tal pesquisa.
Por isso,
não mudarei o mundo, mas a sociedade em seus julgamentos de valor é que irá
ditar a relevância da minha pesquisa ao mundo!
Até a
próxima Galera!
Adorei seu blog!
ResponderExcluirMuito interessante te ler, espero que possa continuar a expor suas reflexões por aqui.
Parabéns e boa sorte em suas construções no aprendizado ^^
Beijão
Obrigado Lu, penso em continuar esse blog sim, penso também em trazer alguns colaboradores e especialistas no assunto para apimentar as discurssões!
ExcluirObrigado e até o próximo encontro na fila do 110!